Na escalada, um cara contou que não escalava fazia muito tempo, e que tinha piorado muito o desempenho, e que tava difícil voltar ao nível de proficiência que ele tinha antes. Antes de ter filhos. Ele disse que existe uma escala de desempenho relativa à aparição dos filhos. No gráfico, os primeiros pontos estão baixos, porque a pessoa primeiro precisa aprender a escalar, ganhar musculatura e se familiarizar com a vida vertical. Aí os pontos se alinham e formam uma seta que sobe rapidamente em direção aos níveis mais elevados de proficiência. Aí o sujeito tem filhos e a seta cai aos poucos no começo, depois despenca drasticamente. Quando atingir o eixo horizontal, saberemos que o esportista desistiu completamente da escalada e está empenhado única e exclusivamente em garantir a subsistência e o conforto da família. Quando o filho mais velho tiver atingido a idade de 18 anos, acontece uma certa movimentação na tabela. Os pontos voltam a se aglomerar aleatoriamente em volta de um nível médio, se alinham e se concentram para voltar a seguir na direção vertical. Para o alto e avante!
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Outra coisa que pode ser colocada numa tabela, é a proporção de beleza masculina (pra mim! Não estou pensando em galãs de cinema, que são bonitos aos olhos de qualquer um) e a voz do cabra. São, até onde vai o meu escrutínio, inversamente proporcionais. Quanto mais bonito é o moço, mais voz de taquara rachada ele vai ter. Quanto mais grave, macia, quente e segura for a voz, mais decepcionante é a aparência da pessoa. Decepcionante porque tem muita gente por aí afora se apaixonando por vozes de radialistas, locutores, operadoras de telemarketing, e associando a beleza da voz com a beleza física do dono da voz. Aí, quando vê que as coisas não são bem assim, se decepciona. Conheço pelo menos duas pessoas que já se apaixonaram por qualidades sonoras. Eu sou uma delas.
Acho que a única exceção a essa minha regra é a Valéria Grillo, que apresenta o programa Planeta Terra, na TV Cultura. Ela não é tão feia assim, e eu assistia documentários sobre "Vida selvagem na África", "Explorando a Patagônia", "Mistérios no gelo" e coisas do gênero, só pra ouvir a sua voz.
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Meu orientador e eu estamos numa dinâmica de mandar artigo com comentários, reparos, perguntas e consertos. Eu mando uma versão, ele faz observações, eu as levo em consideração, altero, aumento e reformulo passagens do texto e mando de volta. Ele lê, e o ciclo se repete. O tanto de elogios é diretamente proporcional ao tanto de comentários que ele faz. Quando recebi a primeira versão comentada, vieram elogios sóbrios e alguns comentários muito pertinentes. Fiz muitas mudanças no texto. A quantidade de mudanças que eu faço é inversamente proporcional ao tanto de comentários que ele faz. Quando recebi a segunda versão comentada, recebi elogios que alegraram o meu dia e me causaram orgulho de mim mesma, e o número de comentários aumentou consideravelmente. A regra se confirma: não precisarei fazer muitas mudanças no texto, agora que ele voltou com muitos comentários.
Vai entender essas proporções...
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