quarta-feira, março 28, 2007

Encomenda

Na república em Barão, quando alguém ia ao supermercado, perguntava aos outros se era pra trazer alguma coisa. Quando a pessoa deixava a casa a pé, as encomendas eram pequenas: pão francês e uma garrafa de coca era "o de sempre" pro Ruy, os outros variavam, mas eram sempre poucas coisas. Quando a pessoa saía de carro, era acompanhada por uma lista de compras.
Isso, pra mim, é normal.
Quando eu vou pedalar pros lados da Alemanha, pergunto se alguém quer alguma coisa. As pessoas dessa casa não precisam de chá, pão ou produtos natureba, que são as coisas que fazem com que eu cruze a fronteira na minha Pequena Giant. Como o resto não muda muito de um país pro outro, nunca trouxe nada pros outros.
Até o dia em que perguntei ao Boti, se ele queria alguma coisa. Boti morou um ano na Alemanha antes de vir pra cá, e se lembra de algumas coisas. Pediu que eu trouxesse duas caixinhas de chá de hortelã (difícil de achar aqui, por incrível que pareça) e 10 tabletes de chocolate.
Dois dias atrás, ele me informou que só tem mais uma barra de chocolate.
Ontem eu perguntei se ele queria alguma coisa, e ele respondeu: sim, chá de frutas vermelhas, um salame e 10 tabletes de chocolate.
Meu, era tanto chocolate, que eu nem comprei nenhum pra mim. Fiquei pensando na moça do caixa, olhando pra mim, pros chocolates, passando um por um e cantando o preço.
Agora ficou estabelecido que Boti vai querer "o de sempre" e algumas variações do supermercado de Kranenburg.
...
Acho que vou ensinar o caminho pra ele até lá...

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