terça-feira, janeiro 02, 2007

As pessoas

Eu ia me encontrar com o Bob, que tem um monte de amigos que vêm de várias partes da Alemanha, são quase todos doutorandos, sendo que boa parte deles está aqui pelo DAAD. Todos, sem ecxeção, são brasileiros.
Tivemos certas dificuldades de nos encontrar no primeiro dia. O hostel tem 7 andares e estava lotado. Deixamos um recado pros que ainda estavam por vir na recepção, mas ele não foi recebido antes das 5 da manhã do dia seguinte.
Nós três: Juliano, Bob e a minha pessoa resolvemos, então, fazer alguma coisa, enquanto esperávamos pelos outros.
Juliano conhecia a Nike, de outros tempos, da época em que ele tinha morado em Paris (esse povo é muito chique), e ligou pra ela. Ia ter uma festa na casa dela, ela chamou, nós fomos.
A festa era de boas-vindas pra um dos moradores da república da Nike, então a casa tava cheia de amigos que queriam ouvir as estórias de Puerto Rico, Chile e New York. Falava-se francês, espanhol, alemão e inglês, que era uma beleza.
As duas últimas pessoas que chegaram eram duas gurias alemãs. Uma fazia capoeira, a outra batucava. O sonho das duas é ir pro Brasil, conhecer Salvador e absorver mais de perto esse mundo diferente. Achei engraçado, como as duas se decidiram a concentrar suas energias em capoeira e tambores, duas coisas pouco germânicas. Deve ser a mesma coisa que acontece comigo e a bicicleta, que no Brasil não é muito respeitada.
Tarde da noite pegamos o metrô (a cidade não pára, a cada 15 minutos tem trem pra qualquer canto da cidade) e voltamos pro hostel.
Acordei com luzes e vozes, gente chegando ou saindo, eu não saberia dizer. De manhã, fui acordada pelo ronco do moço que dormia na cama abaixo da minha, no beliche. Reparei que ele tinha as costas tatuadas. Subi pro café da manhã, achei o Bob, conheci parte do grupo de brasileiros que não recebeu o recado deixado na recepção e voltei pro quarto, pra tomar banho. Reparei que a mochila perto da cama embaixo da minha era da Trilhas e Rumos. Um brasileiro dormindo embaixo de mim.
Quando o grupo estava completo e todos se apresentaram, descobri que o Régis é de Floripa. Floripa combina muito bem com surfistas, que combina com tatuagens, que - em que quarto você está hospedado? 106. Eu também. Eita mundo pequeno...

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