segunda-feira, dezembro 18, 2006

Neblina forte

O mundo está fantasmagoricamente branco lá fora. O sol parece a lua atrás da camada densa de brancura. As árvores com seus galhos molhados e despidos de folhas erguem seus braços para o alto. A temperatura é baixa, mais baixa que numa geladeira. Tudo está empapado, molhado e endurecido pelo frio. O selim da bicicleta: molhado. A corrente de prender a bike: dura. Venho bem devagarzinho, pra não fazer vento. As pontas das orelhas congelam, fumaça branca sai do nariz. Poucas pessoas nas ruas, os carros todos com o farol ligado. Na direção em que há sol, tudo é de um branco brilhante, ofuscante. Do outro lado, é só branco. Pingos caem das árvores, o chão está molhado, uma ambulância passa. As mãos metidas em luvas de couro começam a congelar. Outra ambulância passa. Chego na Universidade, acho um lugar livre no bicicletário. Tudo molhado, pingando. Uma roda de bicicleta lá na outra ponta do bicicletário ainda gira, indicando que foi presa faz pouco tempo. Mas além de mim e das bicicletas molhadas, não há ninguém por ali. Poucas pessoas transitando na frente do Spinozagebouw (prédio do Espinosa). Entro no prédio abrindo o jaco de expedição ao Pólo Sul e baixando a barra da calça da perna direita. Os pés estão duros, apesar da meia de sola dupla. Entro na B.00.74, sala cheia de gente e com o aquecimento ligado. Devagarzinho as temperaturas do meu corpo vão se ajustando. As pontas das orelhas ainda estão ardendo...

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