Fui à igreja em Nordwohlde. Fazia anos que eu não punha os pés lá dentro, e eu não lembrava mais das cores do teto (azul-celeste), dos bancos (verdes) e do fundo do altar (vinho). Entrei lá de tarde, pra ajudar a minha mãe a carregar umas coisas. Aquele prédio tava vazio. Havia cadeiras dispostas num semi-círculo, muitas velas, coroas de advento, e mais velas, mas a sensação de pedra fria e ausência de propósito eram palpáveis.
Aí, de noite, teve culto. Um culto sem prédiga, um culto sem púlpito, um culto com o pastor dividindo o altar com o coral. As velas estavam acesas, tanto lá na frente, como em cada lugar de se sentar, ali, onde se pode depositar o hinário ou a bíblia. O coral cantou músicas em alemão que eu não conhecia, e músicas em latim, que eu conhecia muito bem, porque eu cresci ouvindo músicas cantas pelo coral Taizé. Foi de arrepiar, ver as senhorinhas, velhinas, de peruca e oclinhos, cantando tão bonitinhas. Uma até fez alguns solos, vejam só!
Olhei em volta e reparei que aquela não era mais a mesma casa grande com cores descombinadas em que o meu pai trabalha faz 7 anos. As pessoas e o calor das velas dão um sentido praquele lugar. Eu tava com a máquina no bolso, mas preferi não fotografar o coral, os velhos rostos conhecidos, os rostos dos velhos desconhecidos. Sei lá, fotografar numa igreja...
Aí, claro, a minha mãe me mostrou pra todas as mulheres, como se eu fosse um troféu. Essa é a minha filha!
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