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Não foi exatamente a biografia do Seurat, mas enfim. Era um livro com vários quadros dispostos em ordem cronológica e com um essay do Roger Fry, maior especialista em Seurat. Só que é o especialista que não consegue descrever sem julgar. O quadro da mulher se powdering é descrito como "one of the strangest pictures I know" Uai, é no estilo pontilhista que Georges Seurat estudou tão meticulosamente, é distinto e claro, com contornos rigorosos e a ênfase não é no movimento, mas nas formas. Fry continua: "This impossible woman" puxa, que coisa. Ainda não acabou: "he treats the subject with religious solemnity and carries it into a region of abstract beauty". Pronto, sabemos que Robert Fry não gosta de mulheres fofas, rechonchudinhas.
Aí acontece a exaltação deste quadro, "Sunday afternoon on the Ile de La Grande-Jatte".
Reparem como tudo é geométrico, as pessoas se parecem mais com bonecos e se tem a impressão de que a imagem está congelada, porque não há movimento na paisagem, na pincelada, no quadro.
Só que os estudos pros quadros obra-prima do Seurat são bem outra coisa, e eu fiquei feliz por poder vê-los.
Este estudo, por exemplo, é cheio de movimento, leveza e me lembra o Barcelona, personagem de "Cem anos de solidão", que vivia rodeado de borboletas amarelas. No Van Gogh Museum eu tinha visto obras de outros impressionistas e expressionistas inspirados no Van Gogh. Este auto-retrato, no entato, me parece ter sido inspirado neste "Model standing - Study for Les Poseuses" do Seurat.
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