sexta-feira, maio 25, 2007

Cinque Terre

Cinque Terre é uma região em que há cinco cidades na costa, que preservaram as suas características arquitetônicas peculiares. O trem passa por todas elas, mas nem sempre pára em cada uma. As cidades são: Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al Mare.

Em Aosta, Jonas pegou um ônibus pra Milano, onde ele pegou um avião de volta pra casa. Eu peguei um trem pra Genova, outro pra Riomaggiore e - nas poucas horas de claridade que me restavam, resolvi fazer o Sentiero Azzurro descrito no meu Lonely Planet. Segundo o guia, a caminhada demora entre 2 horas e meia e 5 horas. Resolvi apertar o passo.

Saí da estação de trem, segui as placas e ouvi uma moça querendo ver o meu ingresso. Hein?! Cobram ingresso de 5 euros pra se caminhar...


Dá pra ver que o caminho é seguro pra turistas, tem a gradezinha, é óbvio e aplainado perto das cidades. Não fiz muitas fotos em Riomaggiore, porque tinha muito turista me atormentando. Americanos, austríacos e alemães majoritariamente da terceira idade. Muita gente. Acho que caminhei tão rápido pra me ver livre deles.

Essa flor está presente em toda a região e tem um perfume forte. Será uma espécie de alho? Não sei.
Conforme eu ia me distanciando das cidades, as pessoas iam rareando. Que sufoco, tanto americano obeso sofrendo com o calor...
Manarola, uma cidade que até tem albergue da juventude, mas putz, devia tá lotado, a deduzir pelo número de pessoas que vi nos arredores.

Estas casinhas estão vazias e abandonadas, mas todas têm número, o que me faz pensar que um dia tenham sido estandes de souvenirs e comida e o caramba. Um camelódromo no meio da trilha. Caraca, que sorte que não funciona mais, porque eu ia passar muita raiva se tivesse multidões de turistas se entupindo de futilidades no meio da trilha.

Corniglia parece ser maior que Manarola, e o caminho passa por corredores estreitos de casas altas.

Genial, as duas senhorinhas conversando com a vizinha na janela!
Passei por plantações de oliveiras. As azeitonas estão todas bem pequinininhas, assim como as uvas.
Essa placa me intrigou. Se ela indica uma praia que não cobra ingresso, isso significa que as outras praias são pagas. Não duvido, porque lembro de ter visto grades e portões na beira de algumas praias por onde passei. Será que a apresentação do ingresso de 5 euros basta, ou tem que pagar extra? De qualquer forma, isso não é exploração do turismo, mas do TURISTA.
A free beach, com vista pra Corniglia e Manarola.

Tiro o chapéu pra esses dois franceses. Ela tava mais devagar que ele, mas os dois estavam mais ou menos no meu ritmo acelerado. Me dei conta de como é raridade encontrar um parceiro de caminhada que tenha o mesmo ritmo que você. Até agora achei esses dois e o Simão.
Pois é, cada doido né! Esse homem tava mesmo carregando duas malas grandonas pra fora de Vernazza. Os franceses pararam num mirante, na frente de uma mala no meio da trilha. Uma mala daquelas grandonas que se vê em aeroporto, abandonada no meio do caminho. A gargalhada borbulhava pra fora de mim.Chegando perto de Vernazza. Repare que as pessoas moram meio amontoadas nessas cidades. As plantações de uva, limão e hortas pra subsistência ficam fora das cidades, no morro.
Reparem nas janelas que abrem pra fora e pra cima, não pros lados. E a roupa pendurada no varal! E as ruelas estreitinhas...

Deixando Vernazza e os caminhantes franceses.Um olhar pra trás antes de entrar em Monterosso.
Monterosso. Olhei no relógio: fiz Riomaggiore a Monterosso em 2 horas e 40 minutos. Parabéns, Pequena Lou!
Eu imaginava não conseguir lugar pra dormir aqui. De fato, perguntei em 2 albergos, mas um tava lotado e o outro queria cobrar 50 euros. Eu tava cansada, suada e fedida, mas não pagaria 50 euros por uma cama e chuveiro. Enchi a minha garrafa numa fontana e peguei o trem pra Levanto, que fica fora de Cinque Terre.

Um comentário:

Carlos Teixeira disse...

Putz, tudo muito lindo! O mais interessante é que algumas paisagens me lembraram a Costa Amalfitana, que fica ao sul de Nápoles, portanto numa região bem distante e totalmente diferente.