Em 3 meses, exatamente, eu volto pro Brasil. Estranho, como o tempo voa. Acho que aproveitei bem o meu tempo aqui.
Em relação à pesquisa, acho que aprendi a me colocar perguntas interessantes. Trabalhei feito uma condenada no começo, achei que fosse impossível continuar, depois vi que era mais simples que eu imaginava, e o primeiro artigo saiu. Foi submetido, mas ainda não sei se será aceito pra publicação. O segundo artigo está empacado, mas não é por minha causa. A minha co-autora é muito cautelosa com as palavras e lenta pra escrever, porque ela tem aulas pra dar e filho pra criar, além desse artigo que estamos escrevendo juntas. O terceiro artigo está sendo escrito em português, porque eu acho importante que as coisas que eu tenho pra dizer sejam ditas nessa minha língua materna. A minha busca por artigos relevantes na biblioteca vai melhor aqui, mas é uma coisa que não tem fim, porque sempre é possível fazer uma nova conexão entre os velhos temas (preposição, afasia, aquisição), e sempre tem gente escrevendo coisas interessantes de se ler.
Em relação à vida social, fiz boas amizades aqui, me prendi mais intensamente aos brasileiros espalhados na Europa e em certos períodos tive intensas interações via e-mail com muita gente no Brasil. Mas nada se compara à vida de república de Barão Geraldo, onde todo mundo se conhece e se freqüenta. É muito rara a ocasião em que encontro algum conhecido na rua aqui. No supermercado, então, isso nunca aconteceu, por exemplo. Sei que isso é uma medida quantitativa. Se eu ficasse aqui por mais tempo, conheceria mais gente, portanto tropeçaria em mais gente conhecida numa variedade maior de lugares. Em termos de qualidade, gosto das pessoas que conheci aqui.
Em relação à vida cultural, putz, que desgraça. Fui ao cinema pouquíssimas vezes, não fui ao teatro nenhuma vez, nem ao circo não fui!!! Só me lembro de um show, mas eu fui lá porque a galera foi, não porque eu soubesse quem ia tocar. Não fiz parte de nenhuma oficina, não fui a nenhuma exposição fora alguns museus e não participei de nada folclórico. Meu gosto musical mudou um pouco, mas isso absolutamente não significa que eu esteja ouvindo música local. Pelo contrário, descobri a Bossa Nova e o Jazz. O resto continua igual, e tenho certeza de que eu apresentei muita coisa nova pra galera da minha casa: os meus CDs ficam na cozinha. É muito legal chegar em casa e ouvir Lenine, Marisa Monte, Kid Abelha ou Manu Chao tocando na cozinha lotada.
Em relação à saúde, estou bem. Pedalo basicamente todo dia, caminho bastante nos bosques, escalo duas vezes por semana. Desde que comecei a almoçar no bandejão, engordei, e quando parei de comer lá, voltei a me sentir confortável dentro de mim. Atualmente, sou quase uma vegetariana. Já viu gaúcha vegetariana? Pois é, não dá.
Viajei bastante, mandei um monte de cartões postais pra galera que tinha me dado seu endereço, e agora ainda faltam duas coisas: ir a Portugal e viajar mais pela Holanda.
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