sexta-feira, agosto 31, 2007

Stephanie and Marco

Stephanie and Marco came from Mexico to France and decided to pay a quick visit to Nijmegen. Fortunately, Nola was also still around, and Tanguy also came. So I had my favorite (ok, Alexis is missing) french people gathered together again! Stephanie, Michael (studied together with Marco) and Marco. We all went to the Blauwe Hand, the oldest pub in Nijmegen which serves the best hot chocolate in town.

Nola and Stephanie listening to my stories. As it seems, Mexico and Brasil have similar cultures. At least I recognized my culture in Steph's descriptions of the mexican way of life.
Tanguy smiling with his eyes. He approved the hot chocolate at the pub.
Boti decided he wants to taste a bit of a mexican's housewife's life. No work, staying at home, going shopping, having time for oneself (to read complicated articles on artifficial intelligence).
Rubén and me. The last picture of us both, there are no more.

Adiós, Cabrón!

This is how I will remember Cabrón: funny, warm-hearted and in pijamas (his favorite clothes).

quarta-feira, agosto 29, 2007

Em volta da mesa

Helena cozinhou pra todo mundo hoje. Foi o primeiro Housedinner que ela preparou.
Alexis tinha um salmão que ele queria fazer de entrada, pediu o meu conselho, me deu uma tábua, faca, perguntou se demora muito e se escafedeu. Ele vai embora amanhã, trabalhar por uma semana em 3 lugares diferentes.
Janneke é a namorada de Alexis, que fala mais alto que um espanhol (penso em Cabrón) no telefone.
Kaleem, cansado de tanto mental work.
Boti, o cara mais estressado que eu conheço.
Cabrón, que vai pra Espanha por um mês depois de amanhã. Esse moço teve um dia de cão. O vidro da janela do passageiro do carro dele foi quebrado pela segunda vez. Não roubaram nada, porque não tinha nada dentro do carro, mas deixaram um pepino pra ele resolver. Foi pro trabalho de carona com o Alexis. Lá ele teve que descascar uns abacaxis de última hora, antes de partir pra Barcelona. Chegou em casa cansado, brigou com o seguro, com o banco, e agora tá de vidro novo. Botou o carro na parte de dentro do jardim, o que ninguém faz, e deu de cara com o pai da Annelies, o único que pode estacionar o carro neste local. Esse homem tinha vindo porque os vizinhos lhe informaram que tinham visto um cara dormindo pelado na cabana que fica no jardim. Onde eu guardo a minha bicicleta. Tem um sofá lá... Antes de dormir, Rubén foi com uma lanterna no jardim, ver se tem alguém lá. Disse que não suporta a idéia de saber que há um estranho pelado dormindo no jardim.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Surpresa

Ninguém me viu caminhando sem muletas pela casa no domingo, carregando cadeiras no jardim, a tábua de passar roupa, guardando a louça que fica acumulada no escorredor, dançando ao som de Chico César.
Menno perguntou pelas minhas muletas (roxas), que ele não estava vendo em nenhum canto da sala de aparelhos. Hoje vim sem.
Helena chegou em casa e não viu a minha bicicleta. Tudo bem, ela deve estar pedalando por aí. Mas cadê as muletas dela, que deveriam estar aqui, encostadas na parede?
Boti subiu as escadas, olhou pra dentro do meu quarto, que tava com a porta aberta, e viu as duas muletas. Mas cadê ela, sem as muletas?
Kaleem tava descascando cebolas e chorando as pitangas, quando me viu chegando. Através da cortina de lágrimas, reconheceu que eu estava sem as muletas. You are walking!
Rubén chegou em casa com um monte de compras, precisava de espaço na mesa, eu levantei e fui até o forno, checar o bolo. Mas o quê que é isso?! Ela anda!
Falko, nosso novo morador, perguntou por que eu ando estranho desse jeito (e viva a sensibilidade germânica).
Filho, eu ando, ergo sum.

domingo, agosto 26, 2007

Vamos ver um filme?

Estávamos os quatro sentados na mesa da cozinha, à luz fraca de uma pequena vela. O vento soprava lá fora, e pensávamos que coisa rara é ver os outros da casa numa noite de sábado, na cozinha.

Kaleem e Helena tinham executado todos procedimentos científicos indicados na embalagem para tomar o novo chá que ela ganhou. Aqueceram a água a 80ºC, colocaram as folhas na chaleira, adicionaram a água, observaram a mudança de cor do chá, esperaram por dois minutos e meio, despejaram o chá em vasilhas e não xícaras, apagaram as luzes e acenderam a vela.

Boti se juntou aos dois para jantar, eu puxei uma cadeira pra comer os meus cereais. Nós todos ficamos procurando por um sabor diferente, mais intenso, provocado pela menor luminosidade, mas fracassamos em sentir um gosto mais forte.

Barriga cheia, luz de vela, vento soprando lá fora, jogando folhas secas contra o telhado de vidro. Helena teve a grande idéia de assistirmos um filme. Boti teve a genial idéia de vermos esse filme na nova tela que ele havia comprado pro computador dele. O monitor dele é maior que a minha TV. Helena buscou os filmes que ela tem, e avisou que estão todos em tcheco. As legendas eram em inglês, mas precisavam ser sincronizadas com o filme. Meia hora ela tentou fazer as falas tchecas coincidirem com as legendas inglesas, mas sempre havia um atraso de 5 segundos. Cinco segundos é muito tempo para um filme. Conte até cinco e pense quanta coisa quantas pessoas podem dizer, quantas cenas podem mudar, quantas piadas a gente ia perder, se visse uma comédia.

Desistimos de ver um filme tcheco, e Boti fez propaganda de um filme húngaro muito bom. Lembrei que ele já havia me emprestado este filme, e que o CD em que está o filme foi a última coisa a entrar no meu laptop, antes de ele travar. O filme não rodou no meu computador, portanto eu estava curiosa. Decidimos ver então o filme húngaro no laptop da Helena, porque o do Boti (com monitor, teclado e caixas de som novos, foi completamente reconfigurado e) não roda mais filmes.

Subimos para o quarto do Boti, onde ele tentou conectar o monitor novo ao laptop da Helena. Ela não sabia como isso funciona, mas sabia tcheco, a língua do laptop. Boti tinha uma certa expectativa de como as coisas deveriam funcionar, mas não entendia tcheco. Não deu certo. Kaleem visivelmente ia ficando com sono. Desistimos de ver o filme na tela grande e resolvemos que o monitor do laptop da Helena é o suficiente.

Começa o filme, as pessoas falam um monte coisas em húngaro, e quando a cena já mudou e outras pessoas falaram outras coisas, é que vem a legenda. Maravilha. Helena sugeriu que víssemos um filme mudo, e bah, Boti tinha um filme mudo naquele mesmo CD. Acordamos Kaleem e assistimos a um filme húngaro sem fala, mas cheio de sons. O nome do filme, se não me engano, é Hullek, o que significa 'soluço', tipo Schluckauf, de hickup. Gostamos bastante do filme e saímos do quarto do Boti com uma experiência nova na memória: hickup.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Pequeno milagre

Eu estava acostumada a andar com as mãos e o pé esquerdo. Sem as muletas, eu não ia a lugar nenhum. Ia a passos largos, quase pulando, vendo como os meus músculos nos braços iam se definindo. Depois de uma semana de fisioterapia, o pé direito tocou o chão, mas eu continuava a andar com as mãos e o pé esquerdo. A dor nos pulsos ia aumentando, as pontas dos dedos anulares das duas mãos estão dormentes desde então. Aprendi a abusar da perna esquerda, a ponto de achar que tenho meia perna direita e uma e meia perna esquerda. Na outra semanda de fisioterapia, com as pontas dos dedos mindinhos dormentes, Menno (é o nome do fisioterapeuta) me fez caminhar com apenas uma muleta. Vamos, Fräulein, você consegue. Ao fim da segunda semana de fisioterapia, na última sessão, ele me tirou as duas muletas e me deu a mãozinha. Fui segurando as duas mãos dele e voltei apoiada em apenas uma. Mais uma volta. Estamos indo muito bem, Fräulein. Mais uma volta e - CARACO! estou andando sozinha, sem mão!!!!!! Ainda sou muito desajeitada pra caminhar sem muletas, mas só o fato de ter conseguido me locomover só sobre os dois pés é - pra mim - um pequeno milagre.

terça-feira, agosto 21, 2007

Fietstherapie

Quem já dividiu quarto com uma fisioterapeuta sabe que existem diversos modos de se trabalhar na reabilitação de um paciente. Aprendi com a Renata que existe a equoterapia (ou hipoterapia), que utiliza o cavalo como suporte para o desenvolvimento motor do paciente. E foi com ela que eu fiz hidroterapia depois do meu acidente de bicicleta. Na piscina eu desenvolvi coordenação e força pra voltar a andar que nem gente (eu tava andando que nem um pingüim).
Aqui, na Holanda, país das bicicletas, estou praticando a fietstherapie, ou cicloterapia. É muito doido pedalar por aí com as muletas presas na bicicleta. É muito estranho pedalar com o selim tão baixo, que o meu pé esquerdo alcance o chão quando eu parar a bike. Como era mesmo a expressão que se usava? Macaco de circo? Então pronto, combina. É muito bom sentir o vento na cara, ultrapassar gente na ciclovia!!! e não ter mais que esperar pelo ônibus.

segunda-feira, agosto 20, 2007

Pequena Giant

PEDALEI A MINHA BICICLETA!!!
Tá vendo, acabou que pedalei antes de voltar a andar. Ainda preciso das duas muletas pra andar, mas dei uma volta grande por Nijmegen na minha bicicleta. E o mais legal é que o meu fisioterapeuta veio aqui em casa com a bike dele e me acompanhou nesse giro. E viva os fisioterapeutas do sexo oposto que pedalam e entendem a minha urgência de voltar pra minha magrela!

domingo, agosto 19, 2007

Stephanie's Hibiscus

Stephanie tinha um hibisco, que ela deixou comigo, que foi parar na janela da cozinha, que nunca tinha dado flor. Assim que ela foi embora - nada aconteceu. Assim que eu caí da árvore, o hibisco deu flores: uma atrás da outra.
Stephanie had an hibiscus that she left with me, that ended up in our kitchen window, that never gave flowers. As soon as she left - nothing happened. As soon as I fell from the tree, the hibiscus started blooming: one blossom after the other.

Lost in translation

Perguntei quem ia à feira (market), e Kaleem disse que ia. Fiz uma lista de coisas que eu queria, dei dinheiro e esperei ele voltar. Ele voltou do supermercado (SUPERmarket). Primeira decepção, porque os vegetais vendidos em supermercado são todos embalados em plásticos, vieram de longe e não têm gosto de nada.
Eu tinha pedido pra ele trazer laranjas (oranges) e ele trouxe mexericas, mimosas, bergamotas ou tangerinas (tangerines, clementines or mandarines). Expliquei que existe uma diferença formal, conceitual e nominal entre as duas coisas (laranjas e bergamotas), e ele concordou com a diferença, apontando que em Panjabi também há nomes diferentes (que eu já esqueci) pras duas entidades, mas que em inglês a palavra ORANGE refere às duas frutas. Na verdade o que importava era o que tava escrito na estante do supermercado em holandês, e devia estar escrito sinaasapple (orange), mas não tava.

sábado, agosto 18, 2007

No more

Na sexta fui à fisioterapia com o pé nessa bota branca e voltei com ela na mochila e o pé calçado no tênis. Botando o pé direito no chão, de leve, pra já ir me acostumando a sentir o chão, me movimento mais devagar que antes, porque não dou mais passos tão largos. Ultimamente eu tava usando essa bota como artifício de ilusão. Assim como as mulheres usam maquiagem pra causar a impressão de serem bonitas e assim atrairem simpatias, eu usava a bota pra causar a impressão de que estou incapacitada e esclarecer pras pessoas à minha volta por que me movimento em outro ritmo. Adeus, bota, até nunca mais!

sexta-feira, agosto 17, 2007

Comforted

De alguma forma, eu queria expressar a minha gratidão por pequenos gestos de simpatia. Annelies me deu estas flores, as pessoas sorriem e me perguntam se sinto dor, o motorista do ônibus esperou até eu chegar até o veículo de muletas (!), Nola e Tanguy vieram me visitar hoje de tarde, e as pessoas em casa estão sempre dispostas a me ajudar a transportar coisas. É bom estar de volta, não estar presa a uma casa, bom rever amigos.

I would like to express somehow that I am grateful for little small gestures of sympathy. Annelies gave me these flowers, people are smiling and asking if I feel pain (pijn), the bus driver waited until I got to the bus with my crutches (!), Nola and Tanguy came to visit me this afternoon and the people at home are always ready to help me transporting things. It is good to be back, good not to be bound to a house, good to see friends again.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Pedalei

Saí da fisioterapia abismada com o tanto de coisa que eu consigo fazer. Consigo, por exemplo, pedalar naquelas bicicletas ergométricas a 16km/h sem sentir dor no tendão de Aquiles. Consigo me equilibrar em pé com os dois pés no chão. Consigo muletar apoiando levemente o pé direito no chão.

Tempo, tempo, mano velho

Estou meio desorientada no tempo. Não uso relógio faz um mês e meio, e deixo as coisas acontecerem à minha volta, sem marcar a que horas elas acontecem. Claro que respeito os meus compromissos e não chego atrasada, mas de resto, o tempo pouco importa. O meu ritmo está mais devagar mesmo, e se eu ficar contando quantos minutos demoro pra muletar do ponto de ônibus até em casa, pra estender a roupa no varal, pra cozinhar, puxa, seria deprimente.

quarta-feira, agosto 15, 2007

Uma hora e meia

Não me conformo. Demorei uma hora e meia pra chegar da universidade em casa de ônibus. De bike seriam 7 a 5 minutos, de ônibus e muleta foram 90 minutos. E viva o transporte público urbano de Nijmegen. Na minha rua só passa uma linha de ônibus, a linha Nijmegen - Groesbeek. Esta linha não passa dentro da universidade. Pra ir da minha casa pra universidade de ônibus, é preciso tomar um ônibus pra estação central (direção oposta à universidade) e de lá pegar um outro pra universidade. Pra voltar, a mesma coisa, só que o ônibus pra Groesbeek vai primeiro ao centro de Nijmegen, fica parado lá por 15 minutos e volta à estação central. Pra ir pro centro, tenho um ponto de ônibus bem pertinho, mas na volta, dois pontos são equiditantes da minha casa. E a distância não é pouca coisa. Parei 3 vezes no caminho, pra descansar os pulsos e sacudir os braços.
Decidi hoje que só volto pra universidade por propulsão humana, seja de pé 2 ou de bike. É mais rápido, não custa passagem e não precisa esperar em pé (num pé só) até um ônibus vir em horário aleatório.

terça-feira, agosto 14, 2007

Ela voltou!

Todo mundo da casa ficou feliz em me ver, descobriu como se anda de muletas, ofereceu ajuda, perguntou detalhes da árvore, contou estórias de acidentes próprios e alheios e fez com que eu me sentisse em casa de novo.

Fisioterapia

Primeiro dia de fisioterapia, primeiro dia de andar de ônibus em Nijmegen. E pra complicar, os motoristas ainda estão em período de férias, apesar da criançada já ter voltado às aulas. Nesse período de férias há menos ônibus e não há horários nos pontos, ratificando que eles passam a qualquer hora. Andei dois pontos, desci pela frente (o que não pode, mas os motoristas estavam de bom humor - eu também estaria, se estivesse de férias) e muletei em volta da grande rotatória com semáforos.
O meu fisioterapeuta é homem (!) e achou o máximo falar em alemão comigo, pra desenterrar o que ele aprendeu na escola. Uma coisa - que eu não corrigi - ficou engraçada. Ele falava pra eu colocar os Zähnen (dentes) no chão, ao invés de Zehen (dedos do pé). Isso, não pisa, só sente os dentes no chão.
Bom, como o meu fisioterapeuta é holandês, ele já anunciou que na próxima sessão eu vou pedalar. Naquelas bicicletas que ficam paradas, claro. E semana que vem ele não quer ver o meu gesso. Deixa em casa e vem de tênis. E preciso fazer exercícios pra alongar o tendão de Aquiles a cada hora. Perguntei por quanto tempo. Até o pé ficar azul.

Pais corujas

Eu tinha notado já que a vida em família é coletiva: Hora de Pequena Lou ir no médico. Êh, todo mundo junta as coisas e entra no carro e a consulta vira uma excursão familiar. Hora de comer. Êh, um pega as almofadas, outro segura as muletas e todo mundo faz torcida. Hora de Pequena Lou ir embora pra Nijmegen. Ôh, todo mundo no carro, viagem de 3 horas nonstop e sem congestionamento ou chuva.
Cheguei ontem, por volta do meio dia, e já fui pruma reunião com o orientador às 14:00. Meus pais me levaram até a porta do Spinozagebouw, o prédio em que o meu orientador esperava por mim. Saí da reunião e o celular tocou.
Ainda estamos no centro de Nijmegen, podemos te buscar na porta e levar pra casa.
Muito mais confortável que voltar de ônibus, muletas, pé roxo.
Aqui vai um grande OBRIGADA aos meus pais.

domingo, agosto 12, 2007

O ramo de oliveira

Lembra da pomba que saiu da arca de Noé e voltou com um ramo de oliveira? Bom, eu não estou numa arca, mas considero a casa dos meus pais um lugar seguro (aqui tem gente cuidando de mim e fazendo coisas por mim). O mundo lá fora me é estranho, se tiver que enfrentá-lo de muletas. Uma andorinha (e não uma pomba) me trouxe um sinal de esperança. Uma andorinha que - ao que tudo indica foi colada de ponta-cabeça no vidro da janela - carrega uma videira.

sábado, agosto 11, 2007

Otterstedt

Philip e Julia saíram do trailer estacionado no jardim dos meus pais e foram pra Otterstedt, perto de Ottersberg, ao norte de Bremen. Lá eles compraram uma casa, esta aí de cima. A casa é duas vezes maior que o trailer, rodeada de vizinhos hippies, aposentados, zen ou desencanados de viver na cidade.
Dentro da casa, tem um pé de maracujá.
A 5 minutos de caminhada da casa, tem um lago. 5 minutos pra quem tem as duas pernas funcionando direitinho. Pra quem anda de muletas, demora meia hora. E o pior é que a longa caminhada me deu uma baita dor nos braços! Os pulsos são os mais afetados.
Dá pra ver que eles estão satisfeitos com a nova vida a dois.

quinta-feira, agosto 09, 2007

Última visita ao médico

Pois é, agora ficou claro pra mim que são só 7 parafusos, e que quebrou mais coisa que o Talus. Na imagem da esquerda, o osso mais esquerdo, que abraça o Talus, tá com a ponta quebrada. Na imagem da direita, a ponta esquerda do Talus está pulverizada. Se passar a mão no meu pé, dá pra sentir esses estilhaços de osso. Uma pequena parte (que o médico mostrou, mas que não consigo mais identificar) do maior osso do pé, bem na extremidade direita, também quebrou.
Continuo não podendo pisar com o pé direito, mas já posso fazer exercícios. Fisioterapia começa dia 14 e só dia 20 é que eu tenho autorização médica pra pisar com o pé direito.
O médico me deu um papel importante: um papel em que está escrito que eu tenho implantes metálicos. Imagina o trabalho que ia dar no aeroporto, pra convencer os caras do raio-x, que o metal não está comigo, mas em mim...

terça-feira, agosto 07, 2007

Desencannes

Descobri um site de pérolas da publicidade que não foram ao ar. Ainda bem, porque são muito escrachadas. Mas algumas são super engraçadas. Mais uma vez fica claro pra mim que os informes publicitários não apenas apresentam um produto, mas o colocam numa situação inusitada na realidade, mas possível no mundo das palavras. Me refiro ao cotonete no orelhão, por exemplo, uma imagem bisonha. Ou a moça que foi abandonada no altar, porque o noivo resolveu que prefere comprar uma bicicleta. Ou ainda a leitura abrasileirada de Tri dente.


Copiar dinheiro na impressora não é possível na realidade, nem no mundo das palavras, mas me lembra "O homem que copiava", e caímos no mundo da ficção.

Bom, classe dos trabalhadores sempre disse em alto e bom tom que anda de Mercedes. Reparem que a segunda pessoa está no plural. É transporte coletivo, tá certo.
Algumas poucas propagandas dialogam com outras, num esquema de quase plágio, e a imagem mais utilizada para outros fins é o Johnny:

E tem ainda os slogans! Alguns poucos:
iPod, you também
Aurélio. Bom pra burro.
Casa do Toldos: cobrimos qualquer oferta.
Parati: este carro não é para qualquer um.
Polo: um carro para quem não gosta de golfe.
Mazda: você pensa que não dá, mas dá.
Café Pelé: é mais que 1 Tostão.
Lápis Faber Castell: se você não comprar, eles vão ficar desapontados.
Aê, sua bike quebrô? Shi mano.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Não, obrigada, eu parei.

Faz um mês que fui operada, e posso dizer que a pior parte de tudo foram as injeções diárias na barriga. Eu que amarelo só de ver uma injeção, ficava verde quando sentia o líquido frio entrando embaixo da minha pele. No hospital, praticamente todas as enfermeiras e todos os enfermeiros esburacaram a minha barriga, deixando até hematomas. Em casa, a minha mãe injetava a substância que deve previnir a formação de tromboses bem devagarzinho, prolongando a minha tortura, mas evitando os hematomas. Com o tempo, ela passou a esquentar a injeção na mão antes, pra eu não sentir a diferença de temperatura. Só não doeu uma única vez. Todas as outras vezes eu parava de respirar, apertava os olhos, mostrava a língua e sentia dor. Ainda bem que as injeções acabaram.
Já me sinto mais próxima da cura!

domingo, agosto 05, 2007

Visita ilustre



Werner veio nos visitar num domingo de muito sol. Muito bom vê-lo de novo! Velhos tempos foram rememorados.
Danke für den Besuch!!!!

sexta-feira, agosto 03, 2007

Sozinha em casa

Sobrevivi a um dia sozinha em casa. Subi e desci as escadas sozinha, esquentei o meu almoço, consegui chegar perto o suficiente do toca-discos, pra poder ouvir músicas que eu achava que tinha esquecido, tirei a tala do pé e jantei. O mais complicado é transportar coisas. Coisas pequenas vão no bolso da calça, mas aí o volume me atrapalha pra andar. Eu tinha uma bolsa de pendurar de atravessado, mas eu não sei onde ela foi parar.
Transportar coisas maiores, como por exemplo o meu almoço, é mais complexo. Como eu preciso das duas mãos nas muletas, só consigo fazer com que algo chegue ao seu destino aos poucos: vou depositando a panela, por exemplo, no fogão, na pia, na mesa.
Fiz uma putz chávena de chá mate. Chá que os meus pais troxeram do Brasil. Mas como levar o chá da cozinha pra sala, ou pro quarto, no andar de cima? Sem chance, bebi chá na cozinha mesmo.
Fazia tempo que eu não sentia fome, daquelas de apertar o estômago e forçar sons abafados do interior da pessoa. As refeições na casa dos pais seguem horários, que não coincidiam com os meus horários de fome.
De noite os meus pais já voltaram de Cuxhafen, onde a minha mãe montou uma exposição. Bom, pelo menos sei que posso me virar sozinha. Mas os meus pais ainda me acompanham nas escadas, fazendo torcida.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Carlos pelo mundo

Se tudo tiver dado certo, a grande volta ao mundo do Carlos começou hoje.
Ele tava meio preocupado, porque o passaporte dele lhe seria enviado via sedex e chegaria 2 horas antes de ele sair de casa pra pegar o primeiro avião. Haja nervos.
Ele ficou triste, porque a primeira pessoa que ele ia visitar era a Pequena Lou, mas ela não está em Nijmegen. Haja paciência.
Que ele faça boa viagem e volte para o Brasil mais em paz consigo e esse país bagunçado!