sexta-feira, novembro 17, 2006

Voltei pra Universidade

Sim, enfiei o notebook na mochila, arremessei a mochila nas costas e vim pra universidade. Nada de passar o dia todo em casa, ouvindo o vento e a chuva lá fora. Não! Tava precisando ver gente, rever os caras aqui da B.00.74, comer batatas fritas no Refter, gastar a sola dos sapatos.

Nossa, como foi bom ouvir as vozes dos holandeses da sala dos computadores! Sim, porque eu só consigo me fixar na forma, já que o conteúdo do que eles falam ainda me é enigmático.
Sei lá, depois de duas semanas sem esse esquema coletivo, eu tava sentindo falta dos suspiros cansados das pessoas que passam o dia na frente da tela do computador, dos celulares tocando, dos amigos dos holandeses chegando, do cheiro de chá de camomila, das risadas da Isabelle e dos testes do Jeroen.

Jeroen está desenvolvendo um experimento em que ele vai conseguir neuroimagens de processos de compreensão de linguagem. Ele é o único que tem um Mac Intosh e dessa máquina saem sons de latidos, leituras de palavras holandesas, sons de sinos, e assim adiante. Imagino que ele queira ver quais regiões do cérebro trabalham quando os donos do cérebro recebem informações auditivas lingüísticas e não-lingüísticas. E a gente se diverte com os sons que saem do computador dele.

Outro que está desenvolvendo um experimento que faz com que o computador produza sons que nos divertem é o Jonas. Esse experimento é mais simples, porque o Jonas só precisa medir o tempo de reação da pessoa, não precisa ver o que está acontecendo onde no cérebro.
O experimento do Jonas é assim: o cara que vai ser submetido ao experimento é sentado na frente de uma tela em que aparecem palavras que ele precisa ler antes que elas se apaguem, e ao mesmo tempo ele vai ouvir palavras parecidas com aquela que ele leu. Exemplo: vai estar escrito cat e ele vai ouvir uma palavra tipo hat ou dog. Uma é parecida na forma, no som, a outra é do mesmo universo semântico. Aí o sujeito é requisitado pra repetir a palavra escrita (que já se apagou). A teoria é que se o sujeito ouviu uma forma semanticamente semelhante, ele vai repetir a palavra em menos tempo que quando ouviu a forma sonora semelhante. Ou seja, se o cara lê cat e ouve dog, é mais fácil repetir cat que quando ele ouviu hat. Jonas quer provar que a teoria está furada.

Fora essa rotina de sons que me acompanham na sala B.00.74, tinha um moço novo na sala. As coisas mudam... Gente nova aparece... De perfil ele parecia um Thundercat. Todo o cabelo dele, que desce até os ombros, tava embebido de gel e penteado da nuca pra trás, na horizontal mesmo, dando a impressão que ele estivera sentado numa Ferrari conversível em alta velocidade. Isso de perfil. De frente, o moço era tão estrábico, que beirava o vesgo.
Tá vendo como é melhor sair casa! Sempre tem alguma coisa diferente pra se ver!!!!

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