quinta-feira, novembro 16, 2006

Conversas com Ruben

Cheguei em casa debaixo de uma chuvinha fina. O mundo tava escuro e úmido, o meu cérebro também, de tanto pensar na frente do computador. Abri a porta de entrada e um cheiro meio carbonizado veio me dar as boas-vindas. Parecia ser o cheiro de batatas queimadas. Não dava pra deixar a porta aberta, pro cheiro sair, porque aí a chuva ia querer entrar.

Enquanto eu jantava, Ruben apareceu na cozinha, se desculpando pelo cheiro chamuscado. Ele tinha deixado a sopa queimar. Me esforcei pra rir sem engasgar. Queimar a sopa!!

Ruben está doente faz 3 dias. Toda manhã ele me conta quantos pijamas ele teve que trocar durante a noite, por causa dos suores causados pela febre. Faz 3 dias que ele não trabalha. Faz 3 dias ele está procrando por um milagre que o cure dessa gripe. Ele já foi ao hospital, farmácia, aceita todos os nossos conselhos (tome esse suco, tem vitamina C, tome uma colher de mel, vai melhorar a dor de garganta, não coma nada com açúcar, isso só piora a dor de garganta, toma esse chá que eu fiz etc.), mas, para a sua desgraça e miséria, está constatando que a dor de garganta só faz piorar, ao invés de sumir.
Amanhã eu vou ao médico e vou explicar pra ele que eu não estou me sentindo confortável nessa situação.
Isso mesmo.
Vou explicar pra ele que estou doente faz 3 dias e não estou produzindo nada faz 3 dias, que o meu chefe está tendo que fazer o meu serviço, e que isso não é legal.
É isso aí.
Vou esclarecer ao médico que ele tem dois dias pra me curar, e que eu quero ver resultados.
Bravo!
Vou dizer ao médico que semana que vem eu preciso viajar a Budapest a trabalho, e que se eu estiver doente e não viajar, a empresa perde dinheiro.
Vai fundo!

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