quarta-feira, novembro 15, 2006

Conversas com Kaleem

Kaleem me contou que está olhando outras casas pra morar. Achou um lugar mais distante da universidade, em que há um apartamento individual num prédio onde moram estudantes. Além de ser mais afastado, é mais caro, mas ele teria um lugar só dele, em que ele poderia morar quanto tempo quisesse. Descreveu a disposição dos cômodos e pediu a minha opinião.

Eu respondi que eu curto essa vida de república, de compartilhar das mesmas desgraças domésticas (falta de energia, desativação de um banheiro, falta de internet, essas coisas) com outras pessoas, mas também de compartilhar as alegrias, tipo a convivência, as histórias, os housedinners e assim adiante.

Aí veio a explicação do motivo pelo qual ele está de olho numa outra moradia. Logo ele vai se casar.
Ah! Maravilha! Onde está a moça? Paquistão?
Não, não, ainda não tem moça.
Cocei a cabeça, franzi a testa e pedi que me explicasse por que ele tem certeza de que vai casar, mas ainda não tem nenhuma pretendente.
Os pais dele vão escolher uma boa esposa pra ele.
Ah, certo.
Mas ele pode se negar a casar com uma mal-escolhida. Ele tem a decisão final.
Puxa, que bom!
Provavelmente vão escolher uma que ele já conhece, pra facilitar a decisão dele, já que ele está longe de casa.
Hm.
Sim, provavelmente vão escolher uma prima dele.
Hm, hm.
Pois é, ele está com 30 anos, em idade de casar. Depois dos 30 fica difícil.
Mh, hm.
Não é tradição que haja namoros, amizades coloridas e essas coisas. Um homem se junta com uma mulher através do casamento.
Puxa...
É a tradição.

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