Fui até lá em cima. O tronco e os galhos estavam secos, apesar da chuva. No topo, deitei numa bifurcação de galhos, abracei o tronco com as pernas e escutei o que havia pra ouvir: pássaros contentes, pássaros agitados, o vento nas folhas, a calmaria da tarde de domingo.
Desci devagar, com cuidado, até o galho mais baixo. Anos atrás, esse galho era usado para botar as mãos, e Philip e eu descíamos com os pés num galho mais baixo, paralelo a este. Deve ter caído de velho.
Botei as duas mãos paralelas sobre o galho, deixei o corpo dependurado. As mãos não envolviam o galho, o que ameaçava um pouco a minha segurança. A mão da esquerda ia, a da direita seguia, e aos poucos eu ia me movimentando pra longe do tronco. Enquanto as mãos se moviam poucos centímetros, as pernas soltas pendulavam, de maneira que entrei num ritmo difícil de mudar. Um pequeno galho com folhas saía do galho em que eu estava pendurada. Eu não tive forças pra levantar a mão e contornar o galho e as folhas. Também não tive forças pra me manter lá em cima, segurando um monte de folhas lisas sobre o galho.
Todo o peso do meu corpo caiu (entre 2 e 3 m) sobre o pé direito.
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