sábado, julho 21, 2007

Frau Teschendorff

Ela estava com o namorado novo numa festa de casamento, em Stuttgart, jogando um jogo em que era preciso pular. Um cara pulou (de sapato) em cima do tendão de Aquiles dela. Ela suportou a dor, mas insistiu pra que voltassem pra Bremen no dia seguinte. O dia seguinte foi o dia em que estourou a greve dos condutores de trem. Ela chegou à conclusão de que era melhor não mexer mais o pé direito. A dor foi aumentando. Voltaram pra Bremen na terça, e foram de clínica em clínica, mas não conseguiram consultas antes de outubro. Dez dias depois do acidente, ela apareceu na Emergência do hospital de Bremen e foi submetida à cirurgia no mesmo dia.

Ela me ensinou que dá pra prensar qualquer coisa pequena (como um livro ou uma toalha) embaixo do braço e andar de muletas. Além das muletas, ela precisa usar uma bota de astronauta, chamada Achillo-walker, e teve a sola do sapato que calça o pé esquerdo aumentada em 4 cm. O difícil foi entrar na bota, porque ela tinha ficado muito tempo sem mexer o pé, os músculos atrofiaram, os tendões enrijeceram e ela não conseguia mais tirar a forma de ponta-de-pé-de-bailarina do pé direito. Demorou um dia inteiro pra ela conseguir dobrar os dedos do pé, de maneira que conseguisse pisar sobre este pé. No dia em que recebeu alta, aprendeu a andar com o Achillo-walker.

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