sexta-feira, setembro 22, 2006

Procurando casa

Antes de sair da universidade, pra ver uma potencial nova casa, olhei no mapa de Nijmegen. Nao parecia ser dificil chegar lah. Jonas, um loiro bebedor de chah que frequenta a sala dos computadores dos estudantes de Linguistica (ou Processos Cognitivos em geral), me perguntou se era uma daquelas entrevistas coletivas. Isso parece ser comum por aqui, ele mesmo jah passou por umas 7 ou 8. Os potenciais novos moradores sao entrevistados ao mesmo tempo, e depois a republica decide quem fica com a vaga.
Cheguei 20 min. atrasada e esbaforida, porque eu me perdi, claro, nao podia ser diferente. Ainda nao sou boa de achar a placa que informa o nome da rua. Se eu me deslocasse na condicao de pedestre, talvez nao me perdesse tanto, porque aih um erro significaria muito mais tempo perdido...

Johannes abriu a porta.
Oi, desculpa, me atrasei.
Eu sei.
Puxa, esse eh dos meus! Obviedades merecem respostas obvias!

Subimos escadas estreitas de degraus curtos e chegamos ao sotao. Tinha tres loiras sorridentes e muito mais altas que eu lah, na frente do quarto. O anuncio dizia que era um quarto de 9 m quadrados. Isso significa 3m x 3m no chao. Ninguem leva em consideracao o teto, e isso eh altamente importante: Estamos no sotao. O teto eh inclinado e vai do chao ate uma altura de teto razoavel na parede oposta. Ou seja, o quarto tem 3 paredes e muito teto. Isso significa que eu estava dentro de um meio quarto minusculo. Nao era um quarto quadrado, mas triangular.
Era uma casa muito engracada, nao tinha cama, nao tinha armario, nao tinha nada. O banheiro era nas profundezas da escadaria apertada, a cozinha era do tamanho de um banheiro e putz escura.

As loiras eram candidatas a morar lah. Johannes ia decidir qual delas queria ver todo dia. Entrevista coletiva. Sorte que eu tava pedalando, errante pelas ruas de Nijmegen, enquanto cada uma se apresentava e contava quais sao os seus planos na vida.

A casa era uma daquelas que eh igual a mais duzentas outras na mesma rua. Na rua vi criancas crioulas, mulheres narigudas de turbante e obesos sentados em cadeiras de balanco.
Decidi que estou velha demais pra isso.

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