Festival de samba em Nijmegen? Verdade. Em cada canto do centro da cidade haveria um grupo de samba batucando. Pra ver todos os grupos, era preciso passear por Nijmegen. Enfeitaram o centro com bandeiras do Brasil, afinal, samba é coisa de brasileiro, não é mesmo? Quase. Este foi o primeiro grupo de uniformizados munidos de ziriguiduns e baticuns e tambores, tamborins, caxixis e chocalhos que vimos. O grupo era de Amsterdam, e não consegui atribuir a nacionalidade brasileira pra muitos dos integrantes do grupo.
Esse grupo é de Maastricht, a cidade que concorre com Nijmegen pelo título de cidade holandesa mais antiga, e eles todos me parecem meio muito holandeses pra tanto batuque.
Este grupo é de Köln, Alemanha, e eles tinham dançarinos!!! Mas quando nós chegamos, não havia rebolados e samba e ginga, só batuque. Logo em seguida, os dançarinos se apresentaram na frente deste outro grupo.
Reparem nas vestimentas de odalisca da loira à direita, e se der pra ver, nas pinturas brancas na pele do caboclo sem camisa. Samba na veia!
Este grupo (também de Maastricht) se apresentou de frente pro Waal, chamado de Reno na Alemanha. Uma moça do público causou suspiros delirantes nos homens e olhos estatelados nas mulheres. Ela sambava feito no sambódromo, e todo mundo foi capaz de imaginar ela sem muita roupa e muito brilho colorido. Só faltou sorrir.
De longe ouvi Paranauê... Paranauê, Paraná. Nas costas da capela havia uma roda de capoeira. E todo mundo jogava bem pra caramba, e, como dá pra ver nas camisetas, descobri que aqui em Nijmegen tem uma academia de capoeira.
Contra-mestre Formiga é o dos rastas. Ai, ai, quanto tempo não faz que eu não ouço um berimbau ao vivo, vejo as acrobacias e bato as 3 palmas...
Este foi o último grupo que vimos, e as dançarinas merecem um close.
Kaleem perguntou se as mulheres que dançam samba sempre se vestem assim, porque esse tipo de roupa é muito provocativo. Não, Kaleem, no Brasil, quando é carnaval, assim, pra valer, elas tiram a roupa.
Boti iluminado pelo sol. Assim que ele percebia que o ritmo da batucada não ia mais mudar, ele já se enfezava e queria ir embora, ver outra banda. Expliquei que a bateria não muda muito, que o lance é entrar no ritmo, sentir a batucada na boca do estômago e mexer as cadeiras. Vai dizer isso prum romeno húngaro que curte jazz...
Kaleem sempre alegre. Os dois me acompanharam por duas horas, de grupo em grupo, pelo centro de Nijmegen.
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3 comentários:
ola, tudo bem?
acabei de cheagr na holanda para um mestrado e fucando na web esbarrei com teu blog. muito bom este festival de samba... tem todo ano? em que eepoca se dá?!
beijo grande,
richard
Olá, Richard!
Você está em Nijmegen mesmo? Eu já estou de volta no Brasil, mas se precisar de ajuda, podemos nos corresponder por e-mail.
O festival de samba acontece todo ano, no primeiro sábado de setembro, se não me engano. Mas não é o samba que você conhece. Não tem letra, por exemplo. Não tem mulata, cerveja ou o calor tropical.
Até lá, aproveite a simpatia dos holandeses.
Parabéns pelo blog; jamais pensei que haveria um grupo de samba na Holanda. A sua narrativa é muito agradável e estimulante. Estava apenas procurando uma imagem de samba e terminei lendo todo o seu relato.
Jair
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