Garmin me deu carona até a estação central de Nijmegen, porque a minha bicicleta tava lá. Eu temia que não estivesse mais lá quando eu chegasse, mas ela tava lá. Aconteceu um efeito dominó.
Uma bike cai, empurra a outra que leva a seguinte, que derruba a do lado que cai no chão, que é a minha Pequena Giant. Se alguém quisesse roubar a minha bike, teria que ter levantado todas as outras bicicletas que tavam emaranhadas ali, em cima dela. Destorci pedais de raios, descobri que algumas bikes têm pezinhos diferentes, derrubei mais um tanto de bicicletas pro outro lado, passei a manga do casaco no selim molhado da chuva e vim pra casa.
Lar, doce lar.
Um bilhete de duas páginas, inclusive numerado, pra ninguém se perder na leitura, e assinado pela Annelies, filha do dono da casa, informava que o terceiro andar estava sem energia elétrica. Não porque queimou alguma coisa, mas porque eles desligaram. Ali, em pé na cozinha, eu achei que isso era bom. Era um sinal de que se preocupam com os constantes blecautes que a gente provoca aqui em cima quando liga a TV, enfia um cabo na tomada ou eu ligo o laptop. O blecaute é geral, já aconteceu de eu ter que secar o porão, porque a geladeira lá ficou sem energia e degelou que foi uma beleza.
Fiz um chá, joguei a mochila pesada nas costas e comecei a pensar em subir pro meu quarto. Lá em cima não tem luz. Bule de chá e xícara numa mão, farol da bicicleta na outra, mochila nas costas, subi os degraus desgraçados. O meu quarto à luz de velas ficou tão romântico...
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