segunda-feira, setembro 24, 2007
domingo, setembro 23, 2007
Acabou
Este blog era sobre Pequena Lou Pedalando na Holanda. Um ano se passou, 552 posts foram postados, e ela voltou pro Brasil quente e seco, deixando a Holanda chuvosa e "ventanosa" do outro lado do grande oceano.
Enquanto o Pequeno Príncipe voltou para a sua rosa, eu voltei pro meu maracujá doce.
This blog was about Little Lou Cycling in The Netherlands. One year has passed by, 552 posts have been posted and she returned to hot and dry Brazil, leaving the rainy and windy Netherlands on the other side of the great big sea.
While The Little Prince returned to his rose, I returned to my passion fruit flower.
Enquanto o Pequeno Príncipe voltou para a sua rosa, eu voltei pro meu maracujá doce.
This blog was about Little Lou Cycling in The Netherlands. One year has passed by, 552 posts have been posted and she returned to hot and dry Brazil, leaving the rainy and windy Netherlands on the other side of the great big sea.
While The Little Prince returned to his rose, I returned to my passion fruit flower.
quinta-feira, setembro 13, 2007
Pronto
Estou pronta para voltar pra casa. Me despedi dos meus familiares na Alemanha, da Christine em Amsterdam, dos amigos e orientador aqui, vendi a minha bike pro Kaleem, fiz a minha última sessão de fisioterapia, tomei Koffie com Menno, fui na prefeitura, avisar que deixo os Países Baixos, pedi um taxi pras 6:10 da manhã e conversei com a Olga, que vai me buscar em Guarulhos. Agora só falta terminar de fazer as malas, dormir, acordar a tempo, pegar um taxi, dois trens e um avião.
I am ready to go back home. I said good-bye to my family in Germany, to Christine in Amsterdam, to my friends and supervisor here, sold my bike to Kaleem, had my last physiotherapy session, drank Koffie with Menno, went to the city hall and let them know I am leaving the Netherlands, ordered a taxi for tomorrow, 6:10 am and talked to Olga who will pick me up in Guarulhos. Now I only have to finish packing, sleep, wake up in time, get a taxi, two trains and one aeroplane.
I am ready to go back home. I said good-bye to my family in Germany, to Christine in Amsterdam, to my friends and supervisor here, sold my bike to Kaleem, had my last physiotherapy session, drank Koffie with Menno, went to the city hall and let them know I am leaving the Netherlands, ordered a taxi for tomorrow, 6:10 am and talked to Olga who will pick me up in Guarulhos. Now I only have to finish packing, sleep, wake up in time, get a taxi, two trains and one aeroplane.
Last housedinner
Juntei 14 pessoas em volta da mesa. Quem acha que eu não sei contar, precisa saber que Margarita tirou a foto e que Alexis chegou depois.
I gathered 14 people arround the table. Those who think I cannot count anymore, must know that Margarita took the picture and that Alexis came after the picture was taken.
Tanguy, meu parceiro de escalada, trouxe uma torta de maçã quentinha. Muito bom ter amigos que sabem fazer mágica na cozinha!
Tanguy, my climbing partner, brought a warm apple cake. How nice to have friends who know how to make magic in the kitchen.
Jonas, que vem em outubro pro Brasil, está aprendendo português e tá todo empolgado. Fiz uma lasagna vegetariana em consideração a ele.
Jonas, who will come to Brasil in october, is learning Portuguese and is excited with this new trip. I made one vegetarian lasagna because of him.
Isabelle e Jeroen da stagekamer. Falta a Nan, que não pôde vir. Esses quatro holandeses (Jonas, Nan, Isabelle e Jeroen) são os país-baixenses mais da hora que eu conheci. Me diverti muito com eles dentro e fora da B. 00.74.
No fundo, Nola, que quase não veio quando anunciei que ia fazer lasagna, porque ela é alérgica a tomates, não curte queijo e está se acostumando à idéia de virar vegetariana. Pra ela, uma lasagna sem tomates, queijo e carne era inconcebível. Pra ela, inventei uma lasagna de frango e aspargos.
Isabelle and Jeroen from the stagekamer. Unfortunately, Nan could not come. These four dutch guys (Jonas, Nan, Isabelle and Jeroen) are the finest nederlanders I met here. I had a lot of fun with them in and outside the B.00.74.
In the back is Nola, who almost did not come when I announced I was cooking lasagna. She is allergic to tomatoes, doesn´t like cheese and is getting used to the idea of becoming vegetarian. She said that lasagna without tomatoes, cheese and meat is no lasagna. So I invented a chicken with aspargus lasagna specially for her.
Marcelo, o outro brasileiro além da minha pessoa em Nijmegen. Ele parte pro Rio um dia depois de mim. Ao lado dele está Sabrine, sua potencial namorada (sabe-se pouco a respeito do caso) e amiga da Helena. Os três trabalham par Aisec.
Marcelo, the other brazilian person apart from me in Nijmegen. He leaves for Rio one day after me. Next to him is Sabrine, his potential girlfriend (little is known about this affair) and Helenas friend. The three of them work for Aisec.
Boti, que vai comigo a Schiphol amanhã de madrugada, pra me dar uma mão com as malas. Helena sorridente, que me ajudou com os preparativos pro housedinner, como trazer a mesa de fora pra dentro, botar a mesa, arranjar cadeiras, essas coisas. Kaleem, que só come carne que for halal. É tipo kosher (o animal é morto com uma marretada na cabeça, acho) e além disso é proferida a palavra divina enquanto o animal é executado. Em respeito a ele, fui a um açougueiro iraniano que vende halal. Quem tava contando lasagnas, chegou na terceira: tradicional à bolonhesa e molho branco.
Boti, who will join me to Schihol tomorrow very early, to give me a hand with my luggage. Smiling Helena, who helped me to prepare the kitchen for housedinner: bringing one extra table inside, laying the table, finding sufficient chairs and so on. Kaleem, who only eats halal meat. This is almost like kosher (the animal is killed with one hammerstrike on the head, I guess) and furthermore Gods Word is spoken the moment the animal is executed. In respect to him, I went to an iranian butcher who sells halal. Those who were counting lasagnas have reached the third: traditional bolognesa with white sauce.
Margarita, a russa que termina toda oração (uma oração tem como núcleo um verbo, já uma sentença pode ser composta de mais de uma oração) com um 'yes?' porque sente que precisa sempre checar se o seu interlocutor está acompanhando a fala dela.
Margarita, the russian girl who ends every phrase (one phrase has a verb as a nucleus, while a sentence can be composed of more than one phrase) with 'yes?' because she feels she needs to check if her conversation partner is following her speech.
Annelies, que coordenou a lavagem de louça e ficou altamente surpresa com o fato de eu ter convidado tanta gente. Hehehe, se ela soubesse das tapiocadas, pizzadas, panquecadas, rabadas e outras comilanças que aconteceram na Oca...
Annelies, who coordinated the dishes after dinner and was very surpised that I invited so many people for my last housedinner. Hehehe, if she knew about the tapioca,- pizza,- pancake- evenings and other food-feasts we had at the Oca... Alexis, que chegou pra sobremesa. Eu nem contava com ele, porque ele disse que estaria em Paris, mas fiquei feliz por poder me despedir dele.
Alexis, who came for dessert. I was not counting on him, because he said he would be in Paris, but I am glad I could say good-bye.
I gathered 14 people arround the table. Those who think I cannot count anymore, must know that Margarita took the picture and that Alexis came after the picture was taken.
Tanguy, meu parceiro de escalada, trouxe uma torta de maçã quentinha. Muito bom ter amigos que sabem fazer mágica na cozinha!
Tanguy, my climbing partner, brought a warm apple cake. How nice to have friends who know how to make magic in the kitchen.
Jonas, que vem em outubro pro Brasil, está aprendendo português e tá todo empolgado. Fiz uma lasagna vegetariana em consideração a ele.
Jonas, who will come to Brasil in october, is learning Portuguese and is excited with this new trip. I made one vegetarian lasagna because of him.
Isabelle e Jeroen da stagekamer. Falta a Nan, que não pôde vir. Esses quatro holandeses (Jonas, Nan, Isabelle e Jeroen) são os país-baixenses mais da hora que eu conheci. Me diverti muito com eles dentro e fora da B. 00.74.
No fundo, Nola, que quase não veio quando anunciei que ia fazer lasagna, porque ela é alérgica a tomates, não curte queijo e está se acostumando à idéia de virar vegetariana. Pra ela, uma lasagna sem tomates, queijo e carne era inconcebível. Pra ela, inventei uma lasagna de frango e aspargos.
Isabelle and Jeroen from the stagekamer. Unfortunately, Nan could not come. These four dutch guys (Jonas, Nan, Isabelle and Jeroen) are the finest nederlanders I met here. I had a lot of fun with them in and outside the B.00.74.
In the back is Nola, who almost did not come when I announced I was cooking lasagna. She is allergic to tomatoes, doesn´t like cheese and is getting used to the idea of becoming vegetarian. She said that lasagna without tomatoes, cheese and meat is no lasagna. So I invented a chicken with aspargus lasagna specially for her.
Marcelo, o outro brasileiro além da minha pessoa em Nijmegen. Ele parte pro Rio um dia depois de mim. Ao lado dele está Sabrine, sua potencial namorada (sabe-se pouco a respeito do caso) e amiga da Helena. Os três trabalham par Aisec.
Marcelo, the other brazilian person apart from me in Nijmegen. He leaves for Rio one day after me. Next to him is Sabrine, his potential girlfriend (little is known about this affair) and Helenas friend. The three of them work for Aisec.
Boti, que vai comigo a Schiphol amanhã de madrugada, pra me dar uma mão com as malas. Helena sorridente, que me ajudou com os preparativos pro housedinner, como trazer a mesa de fora pra dentro, botar a mesa, arranjar cadeiras, essas coisas. Kaleem, que só come carne que for halal. É tipo kosher (o animal é morto com uma marretada na cabeça, acho) e além disso é proferida a palavra divina enquanto o animal é executado. Em respeito a ele, fui a um açougueiro iraniano que vende halal. Quem tava contando lasagnas, chegou na terceira: tradicional à bolonhesa e molho branco.
Boti, who will join me to Schihol tomorrow very early, to give me a hand with my luggage. Smiling Helena, who helped me to prepare the kitchen for housedinner: bringing one extra table inside, laying the table, finding sufficient chairs and so on. Kaleem, who only eats halal meat. This is almost like kosher (the animal is killed with one hammerstrike on the head, I guess) and furthermore Gods Word is spoken the moment the animal is executed. In respect to him, I went to an iranian butcher who sells halal. Those who were counting lasagnas have reached the third: traditional bolognesa with white sauce.
Margarita, a russa que termina toda oração (uma oração tem como núcleo um verbo, já uma sentença pode ser composta de mais de uma oração) com um 'yes?' porque sente que precisa sempre checar se o seu interlocutor está acompanhando a fala dela.
Margarita, the russian girl who ends every phrase (one phrase has a verb as a nucleus, while a sentence can be composed of more than one phrase) with 'yes?' because she feels she needs to check if her conversation partner is following her speech.
Annelies, que coordenou a lavagem de louça e ficou altamente surpresa com o fato de eu ter convidado tanta gente. Hehehe, se ela soubesse das tapiocadas, pizzadas, panquecadas, rabadas e outras comilanças que aconteceram na Oca...
Annelies, who coordinated the dishes after dinner and was very surpised that I invited so many people for my last housedinner. Hehehe, if she knew about the tapioca,- pizza,- pancake- evenings and other food-feasts we had at the Oca... Alexis, que chegou pra sobremesa. Eu nem contava com ele, porque ele disse que estaria em Paris, mas fiquei feliz por poder me despedir dele.
Alexis, who came for dessert. I was not counting on him, because he said he would be in Paris, but I am glad I could say good-bye.
Leite moça
terça-feira, setembro 11, 2007
Odeio o meu seguro
Seguro de saúde é uma coisa que eu só tive quando ainda morava na casa dos meus pais e quando venho pra cá, prasoropa. Dessa vez foi muito bom ter um seguro, porque se não tivesse, a minha queda da árvore teria saído muito mais caro que está saindo. Eu não teria a grana pra pagar 13 dias de hospital (nem sei quanto isso custou), a ambulância (quase 800 euros), a consulta médica mais medicamentos mais muletas (260 euros). Agora, o que o meu seguro não pagou foi a reabilitação, e isso pesa.
A minha carteirinha de seguro é um objeto não identificado em qualquer lugar que a apresento. Ninguém sabe que seguradora é essa, e a companhia de seguros sugeriu que eu pagasse todas as contas e depois pedisse reembolso. Maravilha, mas eles não reembolsam qualquer coisa, tem as cláusulas da apólice... Numa das cláusulas consta que eles reembolsam reabilitação imediatamente após hospitalização. Hm. Um sujeito que quebra a perna, por exemplo, sai do hospital de gesso, o que torna qualquer fisioterapia impossível. Hm, mas o meu gesso era daqueles removíveis, e depois do hospital, recebi 12 sessões de drenagem linfática.
Allianz Worldwide Care tem a sua sede em Dublin, Irlanda, e se comunica com seus assegurados em várias línguas: espanhol, inglês, francês e alemão. Os primeiros contatos com a seguradora foram em espanhol por parte deles e português de minha parte, porque eu não sei escrever (nem falar) espanhol, mas entendo o que me é comunicado. Mandei a fatura da drenagem linfática e disseram que não pagam por drenage linfatico. Expliquei que, fora da Alemanha a drenagem linfática é conhecida como método estético e não terapêutico, mas que na Alemanha, onde esta técnica de reabilitação surgiu, ela é muito comum, e faz parte do processo de reabilitação. A moça me respondeu que não entende português. Mas até então eu estava entendendo o espanhol dela e ela o meu português. Tudo bem, eles não querem pagar, e estão criando empecilhos.
Traduzi tudo pro alemão, convenci uma outra atendente de que drenagem linfática é, sim, uma terapia voltada para a reabilitação, e ela respondeu que as sessões não haviam iniciado imediatamente após a hospitalização. Puta merda, saí do hospital na sexta-feira (13), como eles querem que eu faça terapia no fim-de-semana? Fora isso eu precisava ir no médico que me receitasse a drenagem linfática, porque o médico do hospital não receitou nada. Muito bem, as sessões de drenagem linfática começaram um dia útil após a hospitalização. Foi o mais rápido que eu consegui. Lo siento. Tem que ser imediatamente após a hospitalização. Suponho que eles esperassem que eu saísse do hospital e fosse diretamente pra fisioterapia, sem antes passar em casa ou fazer uma pausa prum café.
Isso significa que eu terei que pagar 400 euros pela drenagem linfática (200 pelo serviço + 200 pelo fato de ser a domicílio) e 500 euros pela fisioterapia na Holanda. Maravilha.
900 euros é o que eu recebia de bolsa por mês.
A minha carteirinha de seguro é um objeto não identificado em qualquer lugar que a apresento. Ninguém sabe que seguradora é essa, e a companhia de seguros sugeriu que eu pagasse todas as contas e depois pedisse reembolso. Maravilha, mas eles não reembolsam qualquer coisa, tem as cláusulas da apólice... Numa das cláusulas consta que eles reembolsam reabilitação imediatamente após hospitalização. Hm. Um sujeito que quebra a perna, por exemplo, sai do hospital de gesso, o que torna qualquer fisioterapia impossível. Hm, mas o meu gesso era daqueles removíveis, e depois do hospital, recebi 12 sessões de drenagem linfática.
Allianz Worldwide Care tem a sua sede em Dublin, Irlanda, e se comunica com seus assegurados em várias línguas: espanhol, inglês, francês e alemão. Os primeiros contatos com a seguradora foram em espanhol por parte deles e português de minha parte, porque eu não sei escrever (nem falar) espanhol, mas entendo o que me é comunicado. Mandei a fatura da drenagem linfática e disseram que não pagam por drenage linfatico. Expliquei que, fora da Alemanha a drenagem linfática é conhecida como método estético e não terapêutico, mas que na Alemanha, onde esta técnica de reabilitação surgiu, ela é muito comum, e faz parte do processo de reabilitação. A moça me respondeu que não entende português. Mas até então eu estava entendendo o espanhol dela e ela o meu português. Tudo bem, eles não querem pagar, e estão criando empecilhos.
Traduzi tudo pro alemão, convenci uma outra atendente de que drenagem linfática é, sim, uma terapia voltada para a reabilitação, e ela respondeu que as sessões não haviam iniciado imediatamente após a hospitalização. Puta merda, saí do hospital na sexta-feira (13), como eles querem que eu faça terapia no fim-de-semana? Fora isso eu precisava ir no médico que me receitasse a drenagem linfática, porque o médico do hospital não receitou nada. Muito bem, as sessões de drenagem linfática começaram um dia útil após a hospitalização. Foi o mais rápido que eu consegui. Lo siento. Tem que ser imediatamente após a hospitalização. Suponho que eles esperassem que eu saísse do hospital e fosse diretamente pra fisioterapia, sem antes passar em casa ou fazer uma pausa prum café.
Isso significa que eu terei que pagar 400 euros pela drenagem linfática (200 pelo serviço + 200 pelo fato de ser a domicílio) e 500 euros pela fisioterapia na Holanda. Maravilha.
900 euros é o que eu recebia de bolsa por mês.
domingo, setembro 09, 2007
Outro nome
Kaleem acompanha filmes indianos na maior, enquanto a gente se esforça loucamente pra seguir as legendas efêmeras. Kaleem ouve músicas indianas e canta junto. Perguntei de onde que ele entende hindi, e ele disse que é urdu. Como assim? Na Índia a língua se chama hindi e no Paquistão ela se chama urdu. É a mesma coisa, só que com nome diferente, dependendo de que lado da fronteira você está.
Bollywood
Nos habituamos a ver filmes aos sábados, às 20:00. Vimos o filme húngaro sem diálogos no computador tcheco da Helena, depois um filme indiano no computador do Kaleem, e ontem outro filme indiano no meu laptop. O filme indiano da semana passada se chamava "Guru" e serviu pra dar o gosto de filmes indianos. O de ontem foi um estoura-peito: "Kal ho naa ho".
Pra quem não conhece filmes indianos, putz, fica difícil entender que gênero é esse. Mas vamos lá: imagine uma novela mexicana com atrizes maquiadas e de olhos grandes, soluçando (não são muito boas atrizes, e não sabem encenar um choro, por isso usam o corpo pra dramatizar a cena) e sorrindo uma alegria delirante. Os movimentos são exaltados, as pessoas gritam para expressar apreensão, fazem caretas para demonstrar surpresa, falam rápido e há poucos closes nos momentos em que certas emoções deveriam brotar no ator. É tudo meio exagerado...
As intrigas nos filmes indianos também são parecidas com as das novelas mexicanas: a mãe de família adota a criança bastarda que é fruto da união ilícita do marido com uma sirigaita qualquer, mas não revela que o marido é pai da criança. Ou: o bonitão desiste do grande amor da vida dele e faz de tudo pra ela se apaixonar por outro, porque descobriu que tem câncer e vai morrer. Ou ainda: o herói precisa de grana, casa com a mocinha que tem um bom dote, e quando um se apaixona pelo outro, ela descobre que ele casou com ela pelo dinheiro.
Outra coisa que intriga nos filmes de bollywood é que a cada 20 minutos, mais ou menos, os atores começam a cantar e dançar. Parece um videoclipe no meio da história. Enquanto os atores principais cantam e dançam, os coadjuvantes e figurino e tudo em volta entra na dança, e todos dançam igual, como as paquitas, por exemplo.
Até agora só vi dois filmes da categoria, mas eu arriscaria dizer que todos têm final feliz com uma mensagem tipo "moral da estória" embutida.
Pra quem não conhece filmes indianos, putz, fica difícil entender que gênero é esse. Mas vamos lá: imagine uma novela mexicana com atrizes maquiadas e de olhos grandes, soluçando (não são muito boas atrizes, e não sabem encenar um choro, por isso usam o corpo pra dramatizar a cena) e sorrindo uma alegria delirante. Os movimentos são exaltados, as pessoas gritam para expressar apreensão, fazem caretas para demonstrar surpresa, falam rápido e há poucos closes nos momentos em que certas emoções deveriam brotar no ator. É tudo meio exagerado...
As intrigas nos filmes indianos também são parecidas com as das novelas mexicanas: a mãe de família adota a criança bastarda que é fruto da união ilícita do marido com uma sirigaita qualquer, mas não revela que o marido é pai da criança. Ou: o bonitão desiste do grande amor da vida dele e faz de tudo pra ela se apaixonar por outro, porque descobriu que tem câncer e vai morrer. Ou ainda: o herói precisa de grana, casa com a mocinha que tem um bom dote, e quando um se apaixona pelo outro, ela descobre que ele casou com ela pelo dinheiro.
Outra coisa que intriga nos filmes de bollywood é que a cada 20 minutos, mais ou menos, os atores começam a cantar e dançar. Parece um videoclipe no meio da história. Enquanto os atores principais cantam e dançam, os coadjuvantes e figurino e tudo em volta entra na dança, e todos dançam igual, como as paquitas, por exemplo.
Até agora só vi dois filmes da categoria, mas eu arriscaria dizer que todos têm final feliz com uma mensagem tipo "moral da estória" embutida.
sexta-feira, setembro 07, 2007
Adeus, Buche
Ela não cabe inteira na foto, por isso tirei duas fotos dela. Elas quase emendam uma na outra. O galho marrom e seco pode servir como ponto de referência.
Ela continua linda e majostosa aos meus olhos. Penso com pesar na viagem a Granada e Portugal que eu perdi, mas também, por outro lado, tive experiências completamente novas: quebrar um osso do corpo, ser transportada de ambulância, passar duas semanas no hospital, passar um mês na casa dos meus pais, sem fazer quase nada, andar de muletas, mancar pela cidade e colher olhares cheios de compaixão e sorrisos de dó, andar mais devagar que a minha vó.
Despedida do jardim
3 gerações
Oma Kleine, kleine Oma
quinta-feira, setembro 06, 2007
88 anos
Minha vó está comemorando 88 anos hoje. Esta é a terceira vez que ela comemora o aniversário dela na casa dos meus pais, em Nordwohlde. A primeira vez foi faz 8 anos, mas não foi uma festa alegre. Meu vô se despediu do mundo aqui, nessa casa, poucos dias antes da grande festa, e os convidados do aniversário dela vieram pro velório dele. A segunda vez eu não estava aqui, e desta vez uma irmã dela, as duas filhas, dois netos e meu pai e a Julia estiveram em volta dela. Este aniversário da Oma é pra mim uma despedida daqui. Já fui conversar com a árvore da qual caí, já dei um abraço no meu irmão, e amanhã já vou embora, sem saber quando poderei rever os meus pais e o Philip.
terça-feira, setembro 04, 2007
Dez dias
Contagem regressiva. Apreensão progressiva. Vai dar tempo do orientador ler e gostar da versão final do artigo que carrega o nome dele como segundo autor? Vou conseguir re-submeter o artigo enquanto estiver aqui? Vai dar pra juntar a galera num último housedinner? Vou conseguir fechar a mala? Terei eu excesso de peso na bagagem? Vou conseguir um taxi às seis da manhã do dia da partida? Algum trem no caminho pra Schiphol vai atrasar? Será que eu nunca mais vou voltar aqui? Será que eu nunca mais vou ver as pessoas que eu conheci aqui, e das quais aprendi a gostar? Será que eu vou estar caminhando normalmente quando chegar no Brasil? Tô com saudades. Saudades acumuladas da Oca, dos meus irmãos tapioquenses, do povo, da Unicamp, de conhecer um monte de gente e topar com conhecidos na rua, saudades do sol, do calor, da poluição, pobreza e desamparo, dos sorrisos amarelos. E saudades antecipadas daqui. Dez dias e um ciclo se fecha. Tô muito feliz de voltar pra casa, mas também de coração apertado...
domingo, setembro 02, 2007
Samba Festival in Nijmegen
Festival de samba em Nijmegen? Verdade. Em cada canto do centro da cidade haveria um grupo de samba batucando. Pra ver todos os grupos, era preciso passear por Nijmegen. Enfeitaram o centro com bandeiras do Brasil, afinal, samba é coisa de brasileiro, não é mesmo? Quase. Este foi o primeiro grupo de uniformizados munidos de ziriguiduns e baticuns e tambores, tamborins, caxixis e chocalhos que vimos. O grupo era de Amsterdam, e não consegui atribuir a nacionalidade brasileira pra muitos dos integrantes do grupo.
Esse grupo é de Maastricht, a cidade que concorre com Nijmegen pelo título de cidade holandesa mais antiga, e eles todos me parecem meio muito holandeses pra tanto batuque.
Este grupo é de Köln, Alemanha, e eles tinham dançarinos!!! Mas quando nós chegamos, não havia rebolados e samba e ginga, só batuque. Logo em seguida, os dançarinos se apresentaram na frente deste outro grupo.
Reparem nas vestimentas de odalisca da loira à direita, e se der pra ver, nas pinturas brancas na pele do caboclo sem camisa. Samba na veia!
Este grupo (também de Maastricht) se apresentou de frente pro Waal, chamado de Reno na Alemanha. Uma moça do público causou suspiros delirantes nos homens e olhos estatelados nas mulheres. Ela sambava feito no sambódromo, e todo mundo foi capaz de imaginar ela sem muita roupa e muito brilho colorido. Só faltou sorrir.
De longe ouvi Paranauê... Paranauê, Paraná. Nas costas da capela havia uma roda de capoeira. E todo mundo jogava bem pra caramba, e, como dá pra ver nas camisetas, descobri que aqui em Nijmegen tem uma academia de capoeira.
Contra-mestre Formiga é o dos rastas. Ai, ai, quanto tempo não faz que eu não ouço um berimbau ao vivo, vejo as acrobacias e bato as 3 palmas...
Este foi o último grupo que vimos, e as dançarinas merecem um close.
Kaleem perguntou se as mulheres que dançam samba sempre se vestem assim, porque esse tipo de roupa é muito provocativo. Não, Kaleem, no Brasil, quando é carnaval, assim, pra valer, elas tiram a roupa.
Boti iluminado pelo sol. Assim que ele percebia que o ritmo da batucada não ia mais mudar, ele já se enfezava e queria ir embora, ver outra banda. Expliquei que a bateria não muda muito, que o lance é entrar no ritmo, sentir a batucada na boca do estômago e mexer as cadeiras. Vai dizer isso prum romeno húngaro que curte jazz...
Kaleem sempre alegre. Os dois me acompanharam por duas horas, de grupo em grupo, pelo centro de Nijmegen.
Esse grupo é de Maastricht, a cidade que concorre com Nijmegen pelo título de cidade holandesa mais antiga, e eles todos me parecem meio muito holandeses pra tanto batuque.
Este grupo é de Köln, Alemanha, e eles tinham dançarinos!!! Mas quando nós chegamos, não havia rebolados e samba e ginga, só batuque. Logo em seguida, os dançarinos se apresentaram na frente deste outro grupo.
Reparem nas vestimentas de odalisca da loira à direita, e se der pra ver, nas pinturas brancas na pele do caboclo sem camisa. Samba na veia!
Este grupo (também de Maastricht) se apresentou de frente pro Waal, chamado de Reno na Alemanha. Uma moça do público causou suspiros delirantes nos homens e olhos estatelados nas mulheres. Ela sambava feito no sambódromo, e todo mundo foi capaz de imaginar ela sem muita roupa e muito brilho colorido. Só faltou sorrir.
De longe ouvi Paranauê... Paranauê, Paraná. Nas costas da capela havia uma roda de capoeira. E todo mundo jogava bem pra caramba, e, como dá pra ver nas camisetas, descobri que aqui em Nijmegen tem uma academia de capoeira.
Contra-mestre Formiga é o dos rastas. Ai, ai, quanto tempo não faz que eu não ouço um berimbau ao vivo, vejo as acrobacias e bato as 3 palmas...
Este foi o último grupo que vimos, e as dançarinas merecem um close.
Kaleem perguntou se as mulheres que dançam samba sempre se vestem assim, porque esse tipo de roupa é muito provocativo. Não, Kaleem, no Brasil, quando é carnaval, assim, pra valer, elas tiram a roupa.
Boti iluminado pelo sol. Assim que ele percebia que o ritmo da batucada não ia mais mudar, ele já se enfezava e queria ir embora, ver outra banda. Expliquei que a bateria não muda muito, que o lance é entrar no ritmo, sentir a batucada na boca do estômago e mexer as cadeiras. Vai dizer isso prum romeno húngaro que curte jazz...
Kaleem sempre alegre. Os dois me acompanharam por duas horas, de grupo em grupo, pelo centro de Nijmegen.
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